quarta-feira, 5 de outubro de 2011

E quando o que para ser alegria vira uma dura batalha

Costuma a ser assim: a gente casa, decora a casa, faz viagens, começa a fazer planos e mais planos para o futuro.

Nesses planos entram filhos. Na verdade, para mim que casei cedo, os filhos pareciam algo bem distante. Casei com 23 então achei que era razoável aproveitar as delícias da vida de casal até um pouco antes do 30. Justo não? Apesar de que muitas pessoas, linguarudas e inconvenientes que são, começam a te questionar o por que de casar e não ter filhos imediatamente. Bem, esse é um assunto que vai merecer um post com certeza! (talvez até mais de um!)

Mas independente do que perguntavam ou diziam, era assim que eu e meu marido queríamos. Achava que no momento em que desejasse, era só parar os método contraceptivos que o filho vinha. Tudo muito certo e calculado! Exatamente como tudo em nossas vidas!

E quando chegaram os cinco anos de casados achamos que era a hora de ter um filho. Que alegria! A empolgação começou a tomar conta de mim. Com certeza em questão de alguns meses eu faria um teste já muito desconfiada e pronto! Positivo!

Nesse aspecto eu percebi que homens e mulheres são bem diferentes. Quando combinei com o marido que "abriríamos as porteiras" ele disse "ok" e esqueceu o assunto rapidamente. Mas mulheres imaginam, fantasiam, ficam na expectativa. Em grande parte é culpa da natureza que fez com que tenhamos ciclos, ou seja, o mês na mulher é marcado por uma série de acontecimentos fisiológicos/hormonais relativos a fertilidade, diferente dos homens em que todos dos dias são iguais aos outros até o fim da vida.

E por favor, não me venham com esse papo de mulher desencanada, que nem lembra que engravidou, que não sabe como, que esqueceu, etc. e tal. Salvo algumas exceções (adolescentes, bebedeira forte ou pessoas que infelizmente ou por condição sócio-econômica sejam muito ignorantes) qualquer mulher em um relacionamento e que decidiu que aquele é o momento de ter um filho, dia sim, dia não (ou todos os dias) se pega pensando nisso. É fato. E foi fato também que para mim os meses começaram a passar e nada acontecia. Apesar de ainda estar dentro do período aceitável pela medicina para a gravidez acontecer (1 ano para mulheres até 35 anos) e com os exames básicos em ordem, lá no fundo (a minha intuição muitas vezes não falha) comecei a desconfiar que talvez para mim as coisas não seriam como para a maioria das pessoas (note que nessa época eu achava que não seria como para todas as pessoas). E comecei a me preparar para o próximo passo.

E foi assim, o que era para ser algo tão natural e tão corriqueiro não foi. E deu-se início a uma grande batalha.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O dia que que não chegava nunca...chegou!

Sim chegou!
Nem acredito que estou abrindo meu blog com um post com este título! Hoje escrevo vendo uma barriga despontar, tendo muitos, mas muitos enjoos e uma indisposição tremenda. É tudo o que sempre desejei!

Foram exatamente três longos anos de luta para conseguir a gravidez, dois deles dedicados somente aos tratamentos quase que sem intervalos. Foram 9 induções (estimulações hormonais) e 6 transferências de embriões. Para ficar mais fácil de entender, significa que fiz FIV- Fertilização in Vitro (ou bebê de proveta), mas por algumas razões não conseguia transferir os embriões formados para o útero no próprio ciclo, tendo que congelá-los e transferí-los posteriormente.

Foram tempos difíceis na qual aprendi e amadureci muito e pretendo compartilhar um pouco disso na esperança de quem sabe ajudar casais que vivam essa mesma situação ou mesmo para pessoas que queiram conhecer um pouco mais sobre a saga dos tratamentos para a infertilidade.
É uma situação complicada, difícil, frustrante, desgastante e desagradável para qualquer casal que mexe muito com vários aspectos da vida pessoal e social.

Mas o que posso dizer é que por pior que seja, com muita insistência sempre tem uma luz no fim do túnel! A hora de todo mundo chega.

Aproveito esse início para compartilhar um post muito bonito que uma amiga querida que já é mãe de um lindo garotinho fez ao saber da minha gravidez. É um texto emocionante e com certeza após lê-lo tenho mais certeza ainda de que nada foi em vão: O que eu diria para uma amiga que está grávida?